25 de julho de 2017

CURSO "AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO" ENTRA EM SUA QUARTA SEMANA

O curso de formação continuada "As Tecnologias Digitais na Educação", promovido pelo Núcleo de Tecnologias Educacionais (NTE) de Taió, entra na sua quarta semana de realização. O curso iniciou no dia 03 de julho e encerra no dia 11 de agosto. Além da ambientação dos cursistas na Plataforma do E-Proinfo, já foram concluídos dois módulos: o primeiro sobre "As relações entre a Escola, a Tecnologia e a Sociedade" e o segundo sobre a "Ética na Cultura Digital - Cuidados com a Postagem". 

Entre os 40 inscritos, estão professores da Rede Estadual e Municipal de Ensino, assim como diretores de escola, assistentes de educação, assistentes técnicos pedagógicos e graduandos de licenciatura. 

Os cursistas têm se empenhado nas suas contribuições. Após leitura e acompanhamento do material disponibilizado na plataforma, os participantes têm seu espaço no Fórum de Interação para contribuírem através de suas opiniões, expressando a reflexão que realizaram através dos estudos, ou através de suas experiências.

As ótimas contribuições postadas na plataforma pelos cursistas, demonstram o material mais rico que temos em nossa Gerência: material humano! Profissionais da educação empenhados em buscar subsídios para o seu trabalho e que acabam por contribuir com seus colegas através da troca de experiências. 

A seguir, uma das contribuições postadas no Curso, produzida pela cursista Cleide Tamanini Bogo:


"Sempre gostei de redes sociais (em especial do Facebook) porém, há cerca de 5 anos excluí minhas contas e apenas mantenho Whats App e Instagram. Já participei de quase todas as redes sociais, mas vejo que ocupa tempo demais se não filtrarmos as informações e conteúdos. Minha postura perante as postagens em minhas redes sociais depende do que quero abordar e qual público desejo atingir, mas costumo ser bastante comedida nas postagens, visto que penso bastante antes de postar ou compartilhar algo (gosto de saber a fonte e a veracidade antes).
Inúmeras vezes presenciamos postagens ou compartilhamentos duvidosos e até constrangedores em nosso ambiente escolar e até familiar. Por exemplo, a mania de conversar num grupo com uma pessoa específica, ao invés de chamá-la no privado, muitas vezes é incômoda, por expor situações particulares ao grupo. Muitos nem fazem por maldade, mas a prudência e o cuidado são importantes e devem gerir esse tipo de ação também. Vemos muitas pessoas fazendo postagens ou comentários agressivos e radicais, maldosos e inclusive sob desculpa de ser mera “brincadeira” e estar usando a sua ‘liberdade de expressão’, geralmente sem fundamentos e sem respeito. Aquela máxima que diz que “o seu direito termina onde começa o do outro” vale muito, ainda mais na internet, que parece terra sem lei. Cada pessoa tem a sua própria opinião, e mesmo quando não há concordância, há obrigatoriedade que haja respeito. O fato de pensar, agir ou viver diferente não dá o direito de atacar, criticar ou se tornar indigesto nas redes. Creio que a educação e o bom senso devem nortear as postagens, inclusive as de cunho pessoal, visto que nunca postamos para nós mesmos, e sim para os outros.
Muitas empresas avaliam seus funcionários pelas postagens sociais e atitudes nas redes, tendo inclusive manuais de conduta a serem seguidos e, em caso de descumprimento, acarreta advertências e demissões. A grande encrenca é que a vida particular acaba sempre vinculada com a vida pública. Nunca somos vistos como pessoas físicas, mas como nossa profissão nos torna.  A linha entre o profissional e o pessoal é tênue e se dissipa sem vermos. Muitas postagens, sem o devido contexto, podem ser avaliadas negativamente e gerar problemas sérios. Calúnia, difamação e injúria em publicações na internet também são crimes. É mais um lugar de liberdade de expressão, mas não de impunidade e injustiça. A internet é maravilhosa, mas seu uso sem limites e sem ética pode gerar desconfortos e polêmicas desnecessárias, além de exposição e perigos. Muitos crimes são cometidos por causa desse excesso de exposição. Não há modelos ou padrões a serem seguidos, mas a dica é aproveitar a internet para escrever, ler e postar/compartilhar matérias ou conteúdos bacanas que realmente façam a diferença na vida de quem lê/vê, discutir de forma respeitosa e equilibrada e ignorar as inutilidades já são passos tranquilos e livres, pois a responsabilidade por aquilo que é dita na sua rede social é só sua.
"Rede social não é lugar para desnudar a alma, publique ideias, mas guarde o coração para quem está perto o suficiente para olhar em seus olhos… Quem joga sua alma no ventilador da internet, corre o risco de nunca mais conseguir juntar seus pedaços! “Preserve-se”, intimidades não é para “amigos do facebook” e sim para amigos de face a face." | Miguel Falabella.
Esse assunto tem sido bastante discutido atualmente e tem mudado o comportamento de muitas pessoas no mundo. A internet e as redes sociais tiveram um grande avanço nos últimos anos, juntamente com o crescimento dos aparelhos eletrônicos e a facilidade de se conectar no mundo virtual. O que há por trás da grande auto exposição que vemos hoje nas redes sociais? Porque as pessoas sentem tanta necessidade de se expor desta forma compartilhando cada passo de suas vidas? Vemos pessoas usando as redes sociais como um diário, onde são escritos seus desejos mais íntimos e pensamentos. Mas tudo isso tem sido compartilhado e visto em um mundo virtual, e nos esquecemos que é um espaço público. A grande questão das redes sociais é a auto aceitação. Publicamos a maioria das coisas porque, de fato, queremos ser curtidos, queremos ser aceitos e queremos mostrar para as pessoas a “vida maravilhosa” que vivemos, postando fotos lindas e editadas. Mas na verdade, em muitos casos, o nosso perfil e as nossas postagens só escondem o desejo de se sentir importante, reconhecido, amado, valorizado, querido e acolhido pelo outro. O eventual apoio recebido dos “amigos” alimenta ainda mais esse desejo, que vai crescendo exponencialmente.
Na opinião da psicóloga Katty Zúñiga, um dos motivos mais comuns da alta exposição pessoal é o desejo de cada um de se sentir importante, reconhecido, amado e acolhido pelo outro. "Do ponto de vista psicológico, o desejo é explicado como um querer, um impulso de alguém para obter algo, seja pessoas ou objetos. O ego encontrou nas redes sociais um terreno fértil para testar esses limites". Segundo ela, o apoio dos amigos pode levar o internauta a postagens mais "perigosas", como publicar suas próprias fotos usando pouca roupa, falar mal do seu chefe publicamente, expor situações comprometedoras do parceiro (principalmente quando foram traídos), entre outros exemplos. "O apoio eventualmente recebido alimenta ainda mais o sentimento vai crescendo exponencialmente". Ela orienta escolher com critério o que será postado, tendo consciência dos riscos envolvidos, especialmente quando o público se torna maior e até mesmo desconhecido, como ocorre costumeiramente na internet. "O problema passa a existir quando essa autoexposição foge do controle do internauta, ou seja, quando o ego 'perde as rédeas' e o desejo de se expor começa a dirigir as escolhas e o próprio comportamento da pessoa", diz.